Não concordo com a conceituação de Educação Sanitária, ela não se resume apenas a "atividade de informação à população ou de formação profissional, voltada para a defesa agropecuária", como diz o termo. Ela é uma ferramenta de Defesa Sanitária que proporciona a integração do serviço com a comunidade de produtores, e vice-versa. Ela é quem faculta ao produtor a possibilidade de opinar, discutir e formar conceitos sobre o serviço. Ela é quem possibilita a participação dos vários setores da comunidade nos trabalhos, a partir da construção de saberes e da apropriação de conceitos. É ela que oferece conteúdos como forma de entendimento dos processos de saúde agropecuária, seja em termos de ações preventivas e sanitárias, de vigilância epidemiológica e sanitária, de inspeção (algo muito maior, mais específico e profundo do que, simplesmente, a fiscalização, (até nos dicionários isto está explícito) de produtos e subprodutos de origem agropecuária e, mesmo, de fiscalização: da produção, do movimento de animais, das documentações sanitárias e por aí vai. Mas não me venham com a ideia que Educação Sanitária é informação (isso quem faz são os meios de comunicação) ou formação profissional (quem faz formação profissional são as escolas, os colégios, as universidades), é muito pouco para o que ela, estrategicamente, representa para o trabalho de Defesa Sanitária Agropecuária.
Clóvis Thadeu Rabello Improta é Médico Veterinário; Mestre em Sistemas Agroecológicos; Ministrante de Cursos, Oficinas e Palestras de Educação Sanitária e Ambiental. Foi Gerente de Educação Sanitária da CIDASC por vários anos, tendo contribuído através do trabalho educativo para elevação dos status sanitários de Santa Catarina.
